TROCAS
O
zero saiu da tabuada,
O
ó saiu do alfabeto,
Começaram
a brincar
Dentro
de um caderno aberto.
O
zero entrou no alfabeto,
O
ó entrou na tabuada,
Até
hoje
Ainda
ninguém deu por nada.
Luisa Ducla Soares in A gata tareca e outros poemas levados da breca
E agora Lê os poemas, diverte-te e descobre a matemática nestes poemas. Será mesmo possível?... Começa já a ler e descobre!...
M. C. Escher - banda de Moebius
M. C. Escher - banda de Moebius
símbolo de infinito - um oito deitado, cansado com sonho...
O prato da menina
A menina tinha um prato
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas lisas
e no fundo desse prato
havia um prato pintado
e dentro do prato um pato
com uma menina ao lado.
E essa menina de tinta
tinha um prato mais pequeno
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas lisas
e no fundo desse prato
estava outra menina ao lado
de um outro pato de penas
cada vez mais pequeninas.
Se a menina não comia
não via o fundo do prato
que tinha lá dentro um pato
de penas cinzentas lisas,
nem via a outra menina
que era bem mais pequenina
e tinha na frente um prato
que tinha lá dentro um pato
um pato muito bonito
de penas cinzentas lisas
tão pequenas tão pequenas
que até parecia impossível
como a menina ainda via
e imaginava o desenho
até ao próprio infinito!
MARIA ALBERTA MENÉRES
Retirado daqui
Maria Alberta Menéres
Romance ingénuo de duas linhas paralelas
Duas linhas paralelas
Muito paralelamente
Iam passeando entre estrelas
Fazendo o que estava escrito:
Caminhando eternamente
De infinito a infinito.
Seguiam-se passo a passo
Exactas e sempre a par
Pois só num ponto do espaço
Que ninguém sabe onde é
Se podiam encontrar
Falar e tomar café.
Mas farta de andar sozinha
Uma delas, certo dia
Virou-se para a outra linha
Sorriu e disse-lhe assim:
"Deixa lá a geometria
e anda aqui p'ro pé de mim..."
Diz a outra: "Nem pensar!
Mas que falta de respeito.
Se quisermos lá chegar
Temos que ir devagarinho
andando sempre a direito
Cada qual no seu caminho!"
Não se dando por achada
Fica na sua a primeira
e, sorrindo, amalandrada
Pela calada, sem um grito
Deita a mãozinha e matreira
Puxa a si o Infinito.
E com ele ali à frente
As duas a murmurar
Olhando-se docemente.
E sem fazerem perguntas
Puseram-se a namorar.
Seguiram as duas juntas.
Assim, nestas poucas linhas
Fica uma história banal
E com linhas e estrelinhas
Uma moral convergente:
O Infinito, afinal,
Fica aqui ao pé da gente!
José Fanha
Clica e espreita aqui
Continua a CLICAR e a espreitar...
CLICA nos POLÍGONOS e não polígonos - estuda e aprende...relembra...
Clica e diverte-te a jogar com os polígonos e o geoplano virtual...
Janelas de Maluda
Mãezinha
A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem mísseis.
Corria branda a noite e a vida era serena.
Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.
28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de filhos…
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)
Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.
Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.
Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maior sossego,
às horas em que entrava e saía do emprego.
Dessas 9 excelentes raparigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.
A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igreja.
Foi a minha mãezinha.
António Gedeão
Retirado daqui
CLICA AQUI e espreita a ouvir...
CLICA AQUI E DIVERTE-TE A TREINAR NAS OLIMPÍADAS DA MATEMÁTICA....
Continua a clicar e a treinar...
Mais umas coisas para treinares e te divertires a aprender... do GAVE a pensar em ti...CLICA JÁ...
CLICA e descobre alguns padrões e regularidades - da ESEC de Coimbra...ah! E diverte-te!...
CLICA e espreita...alguns padrões na natureza... espantoso...wired science
A "menina do leite" e a matemática! Monteiro Lobato, relembra o que fizemos na aula!
CLICA AQUI e diverte-te!
Bilha de leite
Monteiro Lobato
E... uma princesa que contava sorrisos...
CLICA E DIVERTE-TE com a matemática no castelo da princesa!...
Palácio da Pena - Sintra
imagem daqui
Põe-te a pensar e continua a contar... sorrisos, gotas de chuva, arco íris, nuvens, folhas e flores, areias, formigas e amores... diverte-te a treinar, jogar e brincar... com a matemática...
Obrigado Afonso C. pela ideia... aproveitamos do "teu livro", na aula este pequeno passatempo ou talvez quebra cabeças, (mas atenção... não se lembrem de partir a cabeça!)...
O quebra cabeças de Ahmes
Este é um dos quebra cabeças mais antigos do mundo, com quase 4000 anos. Foi registado pelo escriba egípcio Ahmes por volta de 1850 A.C. Será que o sabemos resolver?
Um lavrador tem sete celeiros. Cada um destes 7 celeiros tem 7 gatos. Cada um destes gatos mata 7 ratos. Cada um destes ratos teria comido 7 espigas de trigo. Cada uma destas espigas de trigo daria para 7 medidas de farinha. Quantas medidas de farinha é que os gatos do lavrador salvaram?
PÕE-TE A PENSAR!...
Nuno Crato daqui
E mais algumas leituras daquelas que interessam sempre, com LER GRANDE...porque nunca se sabe quando é que a matemática nos pode ensinar a atar os sapatos...
CLICA AQUI
E põe-te a LER...
Afinal para que é que serve a matemática?
E a "desmatemática"?...
Põe-te a LER...
Sem comentários:
Enviar um comentário