Cada dia é uma viagem e a viagem em si, é lar.
Esta é uma história de samurais. Fala de um samurai que aos vinte e cinco anos decidiu usar uma "arma" diferente dos outros samurais do seu tempo. E conseguiu pôr o mundo inteiro de olhos nele.
Matsuo Bashô, este era o seu nome, nasceu no Japão numa família de samurais, cuja tradição era ser samurai. E foi um verdadeiro samurai. Talvez, um dos maiores que viveram no Japão.
A "arma" que utilizou, desde sempre apavorou o mundo: a palavra escrita. Bashô levou a sua vida a "inventar" uma forma de poesia:
o haicai e escreveu alguns livros, entre eles, um livro/viagem - Sendas de Oku.
o haicai e escreveu alguns livros, entre eles, um livro/viagem - Sendas de Oku.
O seu nome, Bashô está relacionado com uma história sobre o local e a cabana onde viveu, perto da qual, se conta, que os seus discípulos plantaram uma bananeira - Bashô em japonês.
Bashô passou grande parte da sua vida a caminhar de terra em terra,
percorrendo o Japão e escrevendo os seu haicais.
Foi um viajante que tentava encontrar o caminho do zen (um caminho que fica no interior de cada um de nós) e acreditava que o conseguiria através da poesia, o haikai.
Bashô fez da sua vida um caminho único. Caminhante da poesia, percorreu-a como se não houvesse caminho. A sua verdadeira caminhada não vem no mapa, embora muitos a tenham tentado percorrer até hoje. Ele percorreu caminhos misteriosos, trilhos da alma, caminhos que todos conhecem, mas esquecem. Ficam muito lá dentro, no meio de cada um.
O seu livro Sendas de Oku é a prova: escrever é viver ou talvez seja ao contrário, vamos lá ver! Porque será que Bashô o escreveu enquanto "caminhava"?!... Põe-te a pensar!...
O seu livro Sendas de Oku é a prova: escrever é viver ou talvez seja ao contrário, vamos lá ver! Porque será que Bashô o escreveu enquanto "caminhava"?!... Põe-te a pensar!...
Um haikai famoso… redondo com sapo, talvez rã…
Furu ike ya
Kawazu tobikomu
Mizu no oto
Matsuô Bashô
(1644-1694)
AQUI
“An
old silent pond...
A
frog jumps into the pond, Splash!
Silence
again.”
Matsuo Basho
"velha lagoa
o sapo salta
o som da água”
o sapo salta
o som da água”
(Tradução de Paulo Leminski. De Matsuo Bashô , do mesmo, 1983. Este haicai está escrito
inteiramente em minúsculas, e não tem pontuação)"
AQUI
Enso
Haiku da rã...
Espreita AQUI... mais uma rã e uma lagoa e... surpresa...
Mais umas rãs... bem diferentes...
AQUI
Espreita aqui...
AQUI
Matsuo Basho e a rã no charco (Afinal a rã pulou ou não? Ou fingiu que era avião?...)
A rã plás
o
charco de cabeça à roda
Enso volta vola…
Sapo a
pingar
no
charco a pular
água a quebrar
tradução nossaEspreita aqui...
E AQUI... um sapo muito especial, já "velhinho" e sem lagoa, mas com muita vida e animação... que se farta de saltar, na televisão e até no cinema....
Matsuo Bashô - o samurai que "inventou" o haicai
•“Era uma vez no século
XVIII. Para quem já se esqueceu, estamos no século XXI. Era uma vez um samurai
de nome Bashô que resolveu abandonar a sua vida de samurai.
Queria ser poeta, mas ia continuar a seguir o código do bushido, tentar atingir o Zen, a perfeição espiritual,
a iluminação, através da poesia. O que ele não sabia é que se iria tornar
o maior poeta do Japão. Bashô passa toda a sua vida a
fazer um poema em miniatura, o haikai. É um jogo de linguagem , nada fácil, onde se tenta dizer
o maior número de coisas, com o mínimo de palavras. Bashô
encontra no seu caminho muitos discípulos, aprendizes, aos milhares. Paulo Leminski , poeta e escritor
brasileiro, traduz Bashô, recriando-o. Quando
regressa ao Brasil no século XX, Paulo Leminski traz com ele “a
experiência da beleza vivida por um velho samurai que abandonou a arte da
guerra para fazer poesia.“
Paulo Leminski in "Matsuó Bashô - A Lágrima do Peixe“-
adaptadoEspreita...
O símbolo dos samurais e o símbolo do Japão - Sakura - flor de cerejeira
menina samurai
meninos samurai
Lenda do velho samurai
Era
uma vez um grande Samurai que vivia perto de Tóquio. Mesmo idoso,
dedicava-se a ensinar a arte zen aos jovens. Apesar da sua idade,
corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido pela sua falta de escrúpulos apareceu
por ali. Queria derrotar o Samurai e aumentar sua fama. O velho aceitou
o desafio e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras na sua
direção, cuspiu no seu rosto, gritou insultos e ofendeu os seus ancestrais.
Durante horas fez de tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu
impassível. No final do dia, sentindo-se exausto e humilhado, o
guerreiro retirou-se. E os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera
suportar tanta indignidade. E o mestre respondeu...
- Se alguém vem até si com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? Perguntou o samurai.
- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos seus discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceites, continuam a pertencer a quem os traz consigo.
- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos seus discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceites, continuam a pertencer a quem os traz consigo.
A
sua paz interior depende exclusivamente de si, as pessoas não podem tirar-lhe a calma, só se você o permitir... falou o samurai.
Admirável aquele
cuja vida é um contínuo
relâmpago.
cuja vida é um contínuo
relâmpago.
Matsuo Bashô
Depressa se vai a Primavera
Choram os pássaros e há lágrimas
Nos olhos dos peixes
Choram os pássaros e há lágrimas
Nos olhos dos peixes
Matsuo Bashô in O gosto solitário do orvalho
Carpas Koi Nobori
Koi é carpa e Nobori é subida, escalada, ascensão...
Koi é carpa e Nobori é subida, escalada, ascensão...
Cada dia é uma viagem e a viagem em si, é lar.
Matsuo Bashô
Haikai uma forma de ver por dentro de qualquer escrever, ser a escrever... simples, isso pode ser?...
Espreita aqui...
Haicais com pauzinhos e samurais... os teus haicais...
Tempo, tanto tempo
Poças sem
maternidade,
Olha vou chamar o tempo.
Dinis B.
Andy Goldsworthy – Land Art
E já voltamos com o resto deste post. O blogger não lhe apetece publicar o post. Vamos dividir em dois. O resto fica no post seguinte... até isto resolver que ainda não está de ferias!...
No espaço sempre alerta
E já voltamos com o resto deste post. O blogger não lhe apetece publicar o post. Vamos dividir em dois. O resto fica no post seguinte... até isto resolver que ainda não está de ferias!...
No espaço sempre alerta
Cai um
meteorito
Na galáxia
aberta.
Gonçalo C.
Andy Goldsworthy – Land Art
No asteróide B612
No asteróide B612
Vou
brincando com o principezinho
E está tudo
certinho.
Gonçalo C.
Andy Goldsworthy – Land Art
Andy Goldsworthy – Land Art
No haicai
Tudo cai
E depois sai a dizer haicu.
João M.
Minha chuva, meu por do sol
Dois juntos um arco-íris
Céu conquistado
Afonso C.Andy Goldsworthy – Land Art
No vulcão
Lava
Fervilhante
emoção.
Rafael M.
Walter Mason - Land Art
Na roda
O hamster corre com o vento
Na gaiola.
Rafael S.Richard Shilling - Land Art
Pequenas plantas
Muito bonitas
Muita alegria para dar.
Pedro Firmo
Richard Shilling Land Art
Inverno a
lua a cair
Árvores nuas
O sol
escondido.
Gonçalo O.
Richard Shilling Land Art
As flores abrem as pétalas
Para melhor se colorirem
Ao sol e à lua.
Carolina D.
Land Art - Richard Shilling
Lá vai a lua
Lua que nasce
E cai na palma da mão.
Afonso O.
Andy Goldsworthy – Land Art
Andy Goldsworthy – Land Art
Minha mãe
Estava na tua
barriga
Depois é que te conheci!
Luana C.
Land Art - Richard Shilling
Land Art - Richard Shilling
Matilde S.
Land Art - Richard Shilling
Tomás O.
Andy Goldsworthy – Land Art
Beach Land Art - Land Art for Kids
Land Art - Richard Shilling
Que gira é a árvore
com a borboleta,
voar!
Carolina A.Land Art - Richard Shilling
Um fruto de
primavera
Um gosto de
verão
Um frio de
inverno e folhas p’lo chão.
Flor de
cerejeira
Eu na
brincadeira
E tu a olhar.
Na poça da
rua
A folha
Anda na lua.
Matilde S.
Land Art - Richard Shilling
Cinco
pingos, cinquenta pingos
Mil
pinguinhos
É a chuva a cair, nos nossos dedinhos.
Beatriz S.
Sapo a
pingar
Na água
Vai nadar.
Tomás O.
Andy Goldsworthy – Land Art
Velho coral
O peixe
salta
E a rede é alta.
Um gosto de
amora
Comida com
mar
A vida chama-se amar.
Na janela da sala
O cão
Lambe as
estrelas.
Maria M.Beach Land Art - Land Art for Kids
Linda flor
Dá-me um beijo
eu dou-te a
cor.
És uma
cerejeira
Apanho
cerejas
E tu cresces.
Vem,
vai, volta a virar
Essa tua
força mãe,
Natureza
como és linda!
Carolina S.
Andy Goldsworthy – Land Art
Andy Goldsworthy – Land Art
Gira gira
Girassol
Mete as folhinhas ao Sol.
Bernardo P.
No Minho está o moinho
À roda
Da eletricidade.
Gonçalo S.
as flores a apanhar
a roseira
a querer
passear
Bernardo V.
Land Art - Richard Shilling
Festa divertida
Bolo delicioso
Que diversão!
Mariana S.Land art for kids - ice lanterns - lanternas de gelo
Erva que voa
Tão bela
Presa no
chão pousa.
Voa tão alto
Passarinho
Cá em baixo
o chão.
Pomba
pombinha
Ramo de
oliveira
Paz no bico.
Tomás D.
Land Art - Richard Shilling
Sol do verão
Que grande diversão
José Fanha já canta
canção.
Carolina S.
Mais aqui.... espreita... os teus haicais...
Põe-te a pensar!...
Mas o que é que os haicais têm a ver com Land Art?Ambos são arte... formas de olhar... de sentir e de viver...
representam algo efémero, a vida na sua essência, o momento, o agora, as pequenas coisas, as mais simples...
a importância de tudo o que não podemos ver com um olhar... um sentir único... aprender a ver, antes de olhar, pôr os olhos dentro do bolso e depois pôr-se a olhar com o meio do peito a saltar... é arte! Um ler que nos ensina a ler!... Porque ler não são as letras, nem os sons, nem as regras... nem, eu sei lá!...
Ler é só precisar de viver!... Ler é preciso, tem de ser preciso este ler, este ver!... Ou ninguém vai saber ler!... Não há livros que lhes possam valer!... Quem vai querer saber de livros se não descobrir lá este ver, este olhar!... Para que servem livros senão para aprender a olhar!?... Por onde anda a arte na escola que todos esquecem é arte, é vida, é viver! Os livros, os manuais... só para aprender a ver!...
Um olho gigante criado pelo artista Tony Tasset é a nova escultura efémera...
A efémera tem uma esperança de vida de um dia...
efémera... mas o que é isso afinal?...
E os quem são os mestres do éfemero?... Quem melhor vive a vida plena, em cada momento e entende esse viver?... Quem faz "birra" para viver, porque é naquele momento que tem de ser? Quem melhor define o efémero?... Afinal, quem é que tem de aprender?!... Quem ensina arte a quem?... Quem é que sabe esse ver? Esse viver?... Quem ensina quem?... Isto vem nos programas? Há leis para fazer "birra" para viver? Pois devia haver!... Vamos lá, vamos à escola aprender!... (aquilo que todos devíamos saber)...
O código do guerreiro
Bushido - o código do samurai
samurai
Obrigado a José Fanha pela sua "namorada japonesa" que nos deu a conhecer a poesia - o haicai.
e...
Obrigado a Patrícia Sobreiro que veio à nossa escola
"Os paços vão à escola" que nos mostrou outras formas de olhar - Land Art. E os nossos trabalhos em Land Art que irão parecer por aqui em breve.
AQUI Edifício Paços do Concelho em Torres Vedras
José Fanha
A todos, continuem a ensinar o que é viver!... Nós temos muito para aprender!... É por isso que vamos à escola!...
E uma pequena amostra dos nossos trabalhos... mais irão vir decerto... mas já nos divertimos com estes!...
Land Art e ainda irão aparecer mais alguns! aguardem!... Estes foram no recreio da escola e na aula com "arte" trazida de casa!...
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