O NOME DAS LETRAS



...letras com nomes lá dentro...































sábado, 20 de março de 2010

As Fadas Verdes de Matilde Rosa Araújo


Matilde Rosa Araújo autora do livro "As fadas verdes"

Clica na imagem ao lado (do livro "As fadas verdes") e podes ouvir alguns poemas deste excelente livro de Matilde Rosa Araújo e sobre o qual trabalhámos o poema que podes ler abaixo:(os teus trabalhos vão estar por aqui em breve)
CLICA AQUI para os ouvires se preferires...

Que o silêncio verde
da floresta
não saiba nunca
o silêncio negro das cinzas.








As fadas...




Planet Earth







Um livro com "verde", com "natureza, com vida, com tudo o que os livros têm por dentro e por fora e todo feito de POESIA, com P grande... a Poesia que existe na vida e em tudo... a Poesia que Matilde encontrou nas palavras para lhes pôr lá dentro a vida, que achamos que vemos cá fora, no mundo... experimenta dar uma espreitadela a este livro... talvez encontres palavras a pedir ajuda para serem vividas e lidas... palavras que querem ser de alguém, podem ser tuas ou de quem as quiser levar... leva contigo estas palavras, lê este livro e espalha-as pelo mundo, pela tua vida e pela vida de todos que procuram palavras e nem sabem que as querem...LER...um livro com fadas lá dentro e palavras que mexem e nos saltam para dentro...
Se não acreditas em fadas, este livro é para ti... ( e nunca digas que não acreditas em fadas, decerto já sabes o que pode acontecer...)




Um livro que nos põe a "VER" como "oferecer" prendas como esta... e nos põem a perguntar...PORQUÊ?...


Com as mãos sobre a terra
fiz o pino e vi peixes de prata no céu
estrelas de oiro sobre o mar
o céu era verde e azul também
remavam remadores
no mar e no céu
anjos e pescadores


Porque dormes minha Mãe
e me embalas a sonhar?





E fiquem com esta Fita Vermelha, que as Fadas Verdes e Matilde encontraram algures por aí, talvez um "marcador" de páginas, caído de um qualquer livro da vida...





FITA VERMELHA

Eu tinha começado a ensinar. Era muito nova então. Quase tão nova como as meninas que eu ensinava.

E tive um grande desgosto. Se recordar tudo quanto tenho vivido (já há mais de vinte anos que ensino), sei que foi o maior desgosto da minha vida de professora. Vida que muitas alegrias me tem dado. Mais alegrias que tristezas.



Se vos conto este desgosto tão grande, não é para vos entristecer. Mas para vos ajudar a compreender, como só então eu pude compreender, o valor da vida. O amor da vida. O valor de um gesto de amor. O seu «preço», que dinheiro algum consegue comprar.



Eu ensinava numa escola velha, escura. Cheia do barulho da rua, dos «eléctricos» que passavam pelas calhas metálicas. Dos carros que continuamente subiam e desciam a calçada. Até das carroças com os seus pacientes cavalos.



A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antas, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse.



O Quê? Português, francês. Hoje sei, acima de Tudo, o amor da vida. Com toda a minha inexperiência. Com todos os meus erros. Porque um professor tem de aprender todos os dias. Tanto, quase tanto ou até muito mais que os alunos.



Mas, desde o primeiro dia, compreendi que teria nas alunas a maior ajuda. O sol, a claridade que faltava àquela escola de paredes tristes. A música estranha e bela que ia contrastar com os ruídos dos «eléctricos», dos automóveis da calçada onde ficava a escola. Até com o bater das patas dos cavalos que passavam de vez cm quando.



Porque, mais que português e francês, havia uma bela matéria a ensinar e a aprender. Foi nessa altura que comecei mesmo a aprender essa tal matéria ou disciplina – ou antes, a ter a consciência de que a aprendia. Eu convivia com jovens (seis turmas de trinta alunas são perto de duzentas) que no princípio de Outubro me eram desconhecidas. Cada uma delas representava a folha de um longo livro que no princípio de Outubro me era desconhecido. Todas eram folhas de um longo livro por mim começado a conhecer. Não há ser humano que seja desconhecido de outro ser humano. Só é precisa a leitura.



Eu tinha agora ali perto de duzentas amigas. Todas aquelas meninas confiando em mim, esperando que as ensinasse; sorrindo, quando eu entrava, assim me ensinavam quanto lhes devia.



Mas um dia. Eu conto como aconteceu o pior. E conto-o hoje, a vós, jovens, que me podem julgar. Julgar-me sabendo este meu erro. E evitarem, assim, um erro semelhante para vós mesmos.



Já era quase Primavera. Na rua não havia árvores nem flores. Só os mesmos carros com o seu peso e a violência da sua velocidade. Gritos de vez em quando. Uma Primavera só no ar adivinhada.

Numa turma uma aluna faltava há dias. Era a Aurora.
Morena, de grandes olhos cheios de doçura. Talvez triste.

A Aurora estava doente. Num hospital da cidade, numa enfermaria. Num imenso hospital.

Olhei o retratinho dela na caderneta.

Retratinho de «passe», num sorriso de nevoeiro de uma modesta fotografia. Tão cheia de doçura a Aurora!

Doente, do hospital tinha-me mandado saudades.

– Vou vê-la no próximo domingo – anunciei às companheiras.

E tencionava ir vê-la mesmo no próximo domingo.


Matilde Rosa Araújo - Fita Vermelha



Começa já. Pode ser já hoje (já notaste que é domingo)... começa já a LER... a marcar a tua vida, com livros "marcadores"... marcadores de livros... com fadas verdes ou fitas vermelhas... LÊ JÁ... não desperdices o teu tempo, pega num livro e lê... ou escreve e talvez em breve arranjemos um tempo para pôr aqui os teus Livros Marcadores, aqueles para os quais não precisas de marcador, pois conheces de cor as suas palavras mais belas... as mais traquinas ou mesmo as mais aterradoras...












E algumas "FADAS" VERDES... marcadores de livros que são vidas e só vivem com ajuda de um pouco de verde...





E não esqueças a FITA VERMELHA... "Não há ser humano que seja desconhecido a outro ser humano.Só é precisa a leitura." Matilde Rosa Araújo








...Porque na vida como na leitura, tudo tem a ver com tudo...







... coisas verdes....para ler e aprender a ler ou ler e aprender...CLICA AQUI...







Um carro fotossíntese...CLICA AQUI...







E continua a Ler e investigar, a descobrir "coisas verdes"... e vem aqui dizer...

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